Notícias

Amazônia recebe tecnologia de IA para prever desmatamento

Recentemente, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) lançou uma ferramenta incrível de inteligência artificial, que pode prever áreas com alto risco de desmatamento na Amazônia com até 15 dias de antecedência. Essa inovação é chamada de Sistema de Previsão de Desmatamento e já está disponível na plataforma pública chamada TerraBrasilis, que oferece dados geográficos e ambientais de grande importância.

A TerraBrasilis é parte de uma Sala de Situação gerida pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse projeto contou com o apoio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), o que mostra a relevância da colaboração entre instituições na proteção do meio ambiente. Essa ferramenta é essencial, já que os técnicos do Ibama não conseguem visitar todos os cantos da Amazônia. As fiscalizações são custosas e muitas vezes envolvem deslocamentos exigentes em áreas de difícil acesso. O professor Raul Feitosa, coordenador do projeto, destacou que a ferramenta antiga usada pelo Ibama precisava de uma atualização, pois era baseada em métodos de duas décadas atrás.

Desde janeiro de 2024, o trabalho na PUC-Rio recebeu um investimento de R$ 2,5 milhões da Climate and Land Use Alliance (CLUA), uma coalizão internacional que trabalha pela proteção de florestas tropicais.

Como Funciona

O funcionamento dessa nova tecnologia é baseado na identificação de fatores relacionados às condições que antecedem o desmatamento. A partir de dados históricos disponíveis no INPE, consegue-se prever onde o desmatamento pode ocorrer. O Instituto realiza um monitoramento contínuo dos biomas brasileiros, coletando uma imensa quantidade de dados através de sensoriamento remoto, os quais são usados nas plataformas PRODES e DETER.

Feitosa explica que a equipe selecionou variáveis espaciais e ambientais que estão ligadas ao desmatamento, como a presença de rede hidrográfica, a proximidade de rodovias, os limites de áreas protegidas e terras indígenas. Outro ponto fundamental são os registros históricos de desmatamento, pois, muitas vezes, novos eventos acontecem próximos de locais já afetados no passado.

Com os dados e técnicas adequadas, o novo modelo pode reduzir os erros em até 75% a 80% em comparação com a metodologia anterior. O professor também informou que, com a ajuda do Ministério do Meio Ambiente, estão trabalhando em propostas para utilizar a inteligência artificial na previsão de outros eventos prejudiciais à floresta, como incêndios e a degradação ambiental. Além disso, existe a intenção de expandir essa tecnologia para outros biomas, como o Cerrado.

Apesar de todas essas inovações, uma pesquisa divulgada recentemente mostrou que a desconfiança dos brasileiros em relação à inteligência artificial está aumentando. Essa é uma questão que merece atenção em tempos de rápidas mudanças tecnológicas.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo